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Quem conta um conto…

Jorge Bouça

Atualizado: 7 de jul. de 2024

 



Era uma vez um jovem que, aos 12 anos conheceu um computador, que o entusiasmou, pois permitia-lhe programar e nunca mais largou essa paixão. Hoje ninguém sabe sequer que existiu tal máquina. O nosso jovem gostava de matemática e ciências, terminando o ensino secundário um ano mais cedo, no “quadro de honra” com uma das melhores notas. Andou em várias universidades, mas acabou por não se licenciar. O seu gosto pela programação e pelo mundo computacional levava a que todos antevissem uma carreira de sucesso nessa área. Mas o nosso jovem decidiu conhecer-se a si próprio. Vagueou por várias cidades, passou algum tempo numa comunidade hippie famosa, buscando a compreensão das emoções e do comportamento humano. A programação que nunca largou, levou-o a criar software para várias empresas. Chegou a outra das suas paixões, a inteligência artificial, tornando-se investigador de uma universidade. Contudo, algumas das suas dificuldades de integração levaram-no a perder esse emprego. Mas a sua curiosidade intensa, expandiu-se para estudos de Freud, James Joyce, arte, música, ciência, internet, tendências tecnológicas. A sua necessidade de ser compreendido, pois sempre se sentia um outsider, cedo o levou a buscar novas formas de comunicar.

O surgimento de uma plataforma de comunicação de mensagens descentralizada, com grupos de discussão organizados por temas, pareceu-lhe a solução. Não existia, pois, a World Wide Web! Mas o nosso jovem, então adulto jovem, que dizia: “Se não encontrares um grupo, cria-o”, abriu uma página pessoal. Começou a publicar numerosos artigos sobre os mais variados assuntos, tal o seu amplo conhecimento e gosto por trocar mensagens e discussão com grupos, que muito apreciava. A plataforma permitia criar links, armazenar informação e ligar-se a outras páginas. Assim, começou a publicar uma espécie de diário, onde opinava e discutia, sobre o dia a dia e múltiplos temas. Para manter a atualidade, inventou o sistema de apresentar as últimas publicações em primeiro lugar. A sua fantasia sobre inteligência artificial, que ligava à escrita de James Joyce, levou-o a cunhar o nome dessa página de “Robot Wisdom Weblog”. Estávamos em dezembro de 1997, tinham nascido os BLOGS. O nome do nosso criador é Jorn Bargar, nascido em 1953 numa pequena vila do Ohio, nos USA. O seu contributo foi reconhecido pelo CNET’s Web Innovator Awards, por ter inspirado “a comunidade de Web Log”.

A Sociedade Portuguesa de Psicodrama Psicanalítico de Grupo vai iniciar um novo espaço de partilha de conhecimento, leitura, expressão de opiniões, tendo como pano de fundo o Psicodrama Psicanalítico de Grupo. Mantendo a abordagem científica, dos acontecimentos científicos, não rejeitamos a expansão para áreas da literatura, arte, saúde mental, que possamos ligar com a nossa prática e conhecimento. Como refere Hannah Arendt, apenas na ação e no discurso de cada um expressamos a nossa individualidade. Acreditamos que todos têm uma riqueza de experiência e de conhecimento, pelo que, seguramente, poderão valorizar e expandir o Psicodrama Psicanalítico de Grupo. O desafio está criado.

A equipa de suporte para esta aventura é coordenada pelo nosso colega Alexandre Castro e Silva, a quem agradecemos a disponibilidade e contributo.


Jorge Bouça

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